Rainha Vitória
A rainha Vitória (1819-1901) foi rainha do Reino Unido e da Irlanda, de 1837 a 1901, e Imperatriz da Índia de 1876 a 1901.
O seu reinado durou 63 anos e foi uma época de grande desenvolvimento industrial. Igualmente, o Reino Unido se transformou em Império Britânico, com possessões coloniais da África até a Índia.
Infância e Formação
A princípio, a rainha Vitória não estava destinada a ser rainha. Seu pai, o príncipe Eduardo, Duque de Kent, era o quarto filho do rei George III (1738-1820). No entanto, seus três tios não possuíam filhos legítimos e quando Vitória nasceu, ela passou a ser a quinta na linha de sucessão ao trono.
Assim, após a morte de seu pai, em 1820, e do fato de não haver mais crianças na família, foi declarada a herdeira presumível do trono em 1830. A partir daí, seria educada sob a mais estrita vigilância da mãe e por uma governanta.
Enquanto crescia, porém, a mãe de Vitória e seu secretário, John Conroy (1786-1854), tramavam continuar influenciando a herdeira quando esta subisse ao trono. Tentaram forçá-la, inclusive, a assinar um documento no qual nomeava Conroy como seu conselheiro principal, mas ela se recusou a fazê-lo.
Após a morte do seu tio, o rei William IV (1765-1837), a princesa Vitória sobe ao trono e inicia o que será o segundo reinado mais longo da história do Reino Unido.
Casamento
Vitória casou-se com seu primo, o príncipe Albert de Saxe-Coburg e Gotha (1819-1861), em 1840. Apaixonados um pelo outro, a união durou vinte e um anos, e produziu nove filhos:
- Victoria (1840), Princesa Real, casada com o Imperador Alemão Friedrich III
- Edward VII (1841), rei do Reino Unido e Imperador da Índia, casou-se com a princesa Alexandra da Dinamarca.
- Alice (1843), casada com Ludwig IV, Grão-Duque de Hesse e Rhine
- Alfred (1844), Duque de Edimburgo e de Saxe-Coburg e Gotha, casado com a grã-duquesa Maria da Rússia.
- Helena (1846), casada com o príncipe Christian de Schleswig-Holstein.
- Louise (1848), casada com John Campbell, 9º Duque de Argyll.
- Arthur (1850), Duque de Connaught, casado com a princesa Louise Margaret da Prússia.
- Leopold (1853), Duque de Albany, casado com a princesa Helena de Waldeck-Pyrmont.
- Beatrice (1857), casada com o príncipe Henry de Battenberg.
Príncipe Albert
O príncipe Albert foi um grande conselheiro da soberana e protetor das artes e das ciências que se desenvolviam na época.
Uma das principais iniciativas do príncipe-consorte foi a realização da Exposição Universal em Londres, em 1851. Esta consistia numa feira que reunia os principais avanços tecnológicos do país.
Também criou o Imperial College, a primeira instituição britânica voltada para o ensino das ciências, bem como organizou e restaurou os quadros da Coleção Real.
Além disso, possuía sólida formação musical, sendo organista e cantor. Desta maneria, como patrono da Academia de Música Antiga e da Sociedade Filarmônica, expandiu o repertório dessas orquestras.
Defendeu o fim da escravidão e a melhoria das condições de moradia e saúde das classes trabalhadoras. Assim presidiu e fez parte de incontáveis associações que defendiam estas causas.
O falecimento do Príncipe Albert, em 1861, deixaria a soberana afastada de atos públicos por mais de uma década.
Era Vitoriana
O longo reinado da soberana passaria à história como Era Vitoriana. Esta época é marcada por grandes inovações tecnológicas, luta pelo fim da escravidão, mas conservadora em assuntos relativos à moral e direitos da mulher.
Arte
Grande parte da Era Vitoriana aconteceu quando vigorava o Romantismo (corrente que começou no final do século XVIII e durou até meados do século XIX).
Assim, aconteceu a revalorização de mitos medievais como o Rei Arthur, da Idade Média e da arquitetura gótica. Alguns castelos, inclusive, foram reformados pela Família Real.
Inovações Tecnológicas
No século XIX, a Inglaterra foi um dos pioneiros em construir ferrovias. A rainha Vitória foi a primeira monarca a viajar de trem, por exemplo. Também a difusão do telégrafo diminuía as distâncias e conectava diferentes partes do reino.
O Canal de Suez, inaugurado em 1869, seria de fundamental importância para encurtar as distâncias entre Europa e Ásia. Através desta monumental obra, os britânicos puderam consolidar sua conquista na África e no continente asiático.
Economia
O aumento dos preços do arrendamento das terras fez com que houvesse um grande êxodo rural. Para se ter uma ideia, cidades industriais como Manchester e Sheffield quadruplicaram sua população em apenas cinquenta anos.
Nas fábricas imperava uma rígida organização, controlada pelo relógio e por capatazes, onde ser rápido e produtivo era primordial.
Claro que este aumento trouxe vários problemas sociais, pois não havia casas, escolas e hospitais para todos. Tampouco havia qualquer proteção para os operários que trabalhavam doze horas por dia ou mais.
Política
Durante o reinado da Rainha Vitória foram assentadas as bases para a monarquia constitucional britânica. O soberano não devia emitir suas opiniões políticas em público, manter-se neutro e tentar ganhar a aprovação dos súditos através de atos de beneficência e culturais.
Sendo assim, aconselhada pelo seu marido, a Rainha Vitória afastou-se das discussões parlamentárias em público, mas usava sua influência em privado. Algo que acontece até os dias de hoje no sistema político britânico.
Por exemplo, através de sua correspondência e parentesco com outras casas reais, ajudou a evitar que se repetisse o conflito entre a França e o Império Alemão, em 1875.
Curiosidades
- A Rainha Vitória popularizou o uso da cor branca para o vestido de noiva. Ela escolheu esta cor para que os bordados do seu vestido fossem ressaltados e também proibiu que as convidadas usassem branco no dia do seu matrimônio.
- Ela foi a primeira monarca britânica a celebrar os Jubileus de Ouro e Diamante pelo seu reinado, em 1887 e 1897 respectivamente, fato que seria superado, até 2018, pela sua trineta, a rainha Elizabeth II.
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